A decisão de decretar estado de emergência e de colocar o país em quarentena trouxe algo nunca visto nas últimas décadas.
De repente, as empresas avisaram que os profissionais realizariam seus trabalhos sem casa na modalidade “Home Office”. De uma hora para outra suas funções anteriormente exercidas nos escritórios, consultórios e lojas seriam transferidos para suas residências.
A antiga jornada, que iniciava seguindo um ritual de arrumar-se, tomar um rápido café, utilizar transporte público ou carro particular para chegar ao seu trabalho, agora mudou, transformou-se. O trabalho agora, em muitos casos, já começará logo após o despertar do relógio. É só ligar o aparelho celular, e tudo começa!!!!!
Quer dizer, antes tínhamos algo cristalino, certo, repetitivo, que era a nossa rotina!!!! E para muitos essa rotina, que vinha no “modo automático”, estava dando resultados, estava dando certo!!!!!!
Esse cotidiano colocava um claro limite entre o que era estar em casa e o que era ir para o trabalho, desempenhar seu papel profissional.
Nosso cérebro criou esse mapa mental, desenvolveu formas de confortar um possível desgaste, um possível estresse provocado pelo trabalho, pelo excesso de trabalho.
Não era raro “conversarmos com nossos botões” como diziam os antigos, como esse que vos escreve…..he he he!!!!!
-” Estou cansado, num vejo a hora de chegar em casa e tomar um banho”.
Ou também muito comum nosso cérebro alertar:
– “ Não leve problemas do trabalho para casa!! Num te faz bem!!”
A resposta que nosso íntimo, nossa consciência dava era muito clara:
– “Deixa comigo, eu sei separar as coisas! O que é do trabalho fica no trabalho, o que é de casa fica em casa!!!!”
Esse diálogo interno permeava nossa saúde mental, ajudava a criar limites entre o trabalho saudável e o trabalho excessivo que leva a sobrecarga, e te leva a infindáveis horas dedicadas ao trabalho! Não raro te deixando muito cansado, exausto!
Não era raro escutar que alguém do trabalho que levaria tarefas para casa, um relatório por exemplo. Chamávamos essas pessoas de “workhaholic”, dizíamos que elas eram “doidas”.
– O que você vai ganhar com isso!!!!???? Perguntávamos.
Eram tantos argumentos que a pessoa nos apresentava, que acabávamos achando que ela estaria com razão!!!
Pois agora, com a pandemia do covid-19, que deixou tudo de cabeça para baixo! O trabalho invadiu nossos lares!
Arsenais tecnológicos foram trazidos para o aconchego do lar, para darmos conta da rotina antes realizada nas nossas empresas.
O empregador, de uma hora para outra, alugou computadores e impressoras. Comprou cadeira especial, extensão para os equipamentos elétricos, sistemas de comunicação à distância. Passou em grandes papelarias e comprou material de escritório. Enviou o suporte técnico da T I para que tudo ficasse “as mil maravilhas”, e enfim não deixássemos nada parar.
Nossos filhos, esposa, pais, irmãos ficaram de queixo caído!
Disseram:
– Nossa que legal a sua empresa hein!!!!
Bom meus leitores, ai eu te pergunto:
– Mas e nossa sala, nosso cantinho para conversa???
Talvez suas respostas sejam
– Agora virou home office!!!!
Em casa, minha irmã foi para o quarto dela, assistir novela, enquanto eu trabalho nas minhas atividades! Ahhhh, ela num ficou nada contente!!!
Mas e a rotina da casa?
Como fica?
Você pode estar com esse problema, as crianças estão sem aulas!
Te pergunto:
– Como vamos conseguir conciliar o trabalho com as atividades das crianças? E os afazeres domésticos, que horas serão realizados????
Pois é?
Problemas novos ocasionados pela pandemia!
Nunca pensaríamos que de uma hora para outra nossa rotina seria tão brutalmente mudada, retirada de nós!
Eu Já estou de cabelo em pé só de escrever!!!! He he he….. só para descontrair!!!!
O que fazer, num é?
E eu que pensava que ir para o trabalho era ruim, ficar ouvindo reclamação de meus colegas! Atritos entre chefe e colegas de trabalho!!!!!
Cadê tudo isso? Eu quero de volta!!!!!
Acredito que essa ruptura, mudança abrupta da rotina, somada com a pressão por resultados, o acúmulo de tarefas em razão da diminuição no quadro de funcionários, o medo de perder o emprego pela queda nas vendas, criam em nossas mentes pontos que podem levar a transtornos psiquiátricos, principalmente depressão, fobias e Burnout.
Focarei na Sindrome de Burnout em razão dessa psicopatologia ter sua origem no trabalho, como definiu bem o psiquiatra alemão Herbert J. Freudenberger, na década de 70.
Freudenberger definiu a Síndrome de Burnout como ….”um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional.”
Essa Síndrome tem como sintomas a exaustão extrema, estresse e esgotamento físico ocasionado por situações de trabalhos desgastante, e até mesmo excesso de trabalho.
De acordo com os estudos feitos pelo pesquisador, essa síndrome surge com mais frequência em profissionais da saúde, professores, policiais, bombeiros.
Eu não tenho como afirmar, mas essa mudança no trabalho provocada pela quarentena, pela covid-19 poderá estar desencadeando um número expressivo de casos com sintomas parecidos com o Burnout. Acredito que logo serão publicados estudos que poderão esclarecer essa questão!
Portanto, cabe esse alerta!
Precisamos desenvolver estratégias para que durante a quarentena do covid-19, não percamos nosso equilíbrio emocional, nossa saúde!
Não existe receita, vez que cada um teve situações diferentes ligadas ao trabalho. Mas em breve farei algumas sugestões, baseada nas orientações de especialistas, e também na minha experiência, convivendo com a nova rotina a qual estou também submetido, no home office, trabalhando em casa!
Acompanhe nosso trabalho nas redes sociais onde continuaremos a debater esse assunto, que afeta diretamente nossas vidas e pode trazer um desequilíbrio, tendo como consequências inúmeros prejuízos aos trabalhadores submetidos a essas condições atuais de trabalho.
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Fico por aqui e te deixo um forte abraço!
Professor Arnaldo Santos
Psicólogo e Coach