Dicas para a Carreira na Terceira Idade

Amadurecer, envelhecer, fazer uma transição!

Tudo tão concreto, tão real como a necessidade de mudança na vida de quem está prestes a aposentar, prestes a encerrar um ciclo profissional.

A geração que cresceu na década de 60, encarou os bancos escolares na década de 70 e 80, e profissionalizou-se daí por diante, está começando a encerrar seu ciclo, está começando a passar o bastão e aposentar-se.

Essa geração da qual faço parte, viu a transição da informatização, da automação, da robotização e a chegada da inteligência artificial.

Transitou do arquivo morto para o arquivo na nuvem, e por que não, da possibilidade de implantar chips para acelerar as funções cerebrais.

Acompanhou avanços incríveis, inéditos para a humanidade

Nossa carreira foi iniciada com a necessidade de buscar uma especialização, conhecer a fundo um determinado assunto! Na época ser especialista era o máximo.

Era a tendência da época.

A própria formação acadêmica foi estruturada para que tivéssemos um conhecimento específico, uma especialização em determinada área.

Era, e talvez ainda seja, muito comum alguém iniciar numa empresa como auxiliar e sua carreira seguisse como assistente, analista, coordenador, gerente, diretor de alguma área (Administração, Finanças, Contabilidade, Produção), seguir carreira linear.

E nessa estrutura do conhecimento, nosso foco, nosso interesse ficou restrito a esse campo do conhecimento.

Numa visão para a época, era interessante essa divisão.

Com o avanço do tempo, com o surgimento da “Visão Holística”, nós começamos a ter a necessidade de “conhecer além das fronteiras” do nosso saber atual.

A complexidade começou a aumentar, a resolução dos problemas demandava novas informações, novas interpretações que estavam além do nosso conhecimento.

Começamos a perceber que precisávamos aprender mais, “sair da caixa”. Integrar outras áreas, desenvolver novas competências, utilizar o conhecimento transversal.

Aparentemente o próprio mercado começou a perceber isso antes de nós.

A nova necessidade começou a despertar e atrair a geração que estava chegando, a geração das décadas de 80, 90. 2000.

Eles já ingressavam no mercado com essa visão integradora, que absorvia naturalmente esses novos saberes. Era a necessidade d época sermos generalistas, saber de tudo um pouco. Isso ajudava pra caramba. Se focarmos em RH, as necessidades pediam conhecimento em psicologia, administração, estatística, segurança do trabalho, ensino e educação.

Queriam saber de tudo, independente se era da área deles ou não.

Queriam opinar, participar, fazer parte.

E assimilaram as novas tecnologias com maestria.

Utilizavam computadores, estações de trabalho, softwares como ninguém!

Participavam dos projetos de desenvolvimento dos sistemas integradores administrativos, produtivos e operacionais com uma produtividade enorme. Absorver o conhecimento em informática era essencial para que o todo funcionasse!

Eram esses nossos assistentes, nossos coordenadores.

Eles pediam passagem, queriam “crescer e aparecer”.

Prepará-los era parte do planejamento de carreira e sucessão1

Era inevitável, já que mais dia menos dia, nossa carreira chegará ao final, sairemos de cena!

Incrível!

E para tudo que resolvermos fazer, a concorrência das novas gerações será enorme.

Mas aliás, o que queremos fazer?

O que conseguiremos fazer?

Como fica a tão propagada geração Y?

Os Milenials?

A geração Z?

A resposta é ter que se reinventar!

É desenvolver novas competências, novos interesses, novas perspectivas!

Mas eu te pergunto:

Como se adequar a novas exigências se somos profissionais que estamos a cerca de 30, 35, 40 anos no mercado de trabalho?

Quais técnicas?

Quais estratégias?

Que soluções podem ser oferecidas para que essas possibilidades ocorram e de fato comecemos a mudar?

Não tenho uma receita pronta, mas tenho procurado desenvolver algumas habilidades diferentes daquelas que utilizava no meu dia a dia, na minha rotina.

– Habilidades computacionais;

– Relacionamento Interpessoal;

– Raciocínio Lógico;

– Flexibilidade;

– Paciência;

– Escuta Ativa;

– Interpretação de Textos;

– Capacidade de trabalho com inteligência artificial e robótica.

No meu novo momento profissional, percebi que tinha necessidade de desenvolver essas competências.

Estou verificando quais estratégias eu preciso adotar para que consiga desempenhar minhas novas atividades/tarefas/relacionamentos.

Percebi que minhas experiências acumuladas e conhecimentos adquiridos, não traziam os resultados esperados, já não funcionava mais.

O desempenho ficava mediano, para não dizer medíocre!

Reconhecer esse “gap”, reconhecer essa limitação foi muito importante para mim.

Confesso que é muito mais fácil pedir para alguém fazer, para alguém resolver, para alguém assumir essa responsabilidade, mas é inevitável buscar a independência.

Num dá para ficar esperando que alguém faça para você!

Sentir essa sensação de dependência é entrar em contato com outras limitações provocadas pelo avanço da idade.

É a visão que fica prejudicada e recorremos aos óculos,

é a memória que falha e recorremos a perguntar novamente

é um alimento que não podemos comer ou uma bebida que não podemos tomar pois pode prejudicar algum órgão já desgastado pelo tempo ou pelas extravagancias do passado.

Por isso precisamos tirar aquela energia guardada no fundo da alma e participar de cursos, assistir vídeos, adquirir apostilas, participar de mentorias, comprar equipamentos, e acima de tudo sair da zona de conforto e parar de dar desculpas para nós mesmos.

Precisamos entrar em ação e mostrar para nós mesmos que a idade nos trouxe experiência e não velhice, invalidez, incapacidade!

Sugiro que você encontre seu novo espaço, adapte-se e desenvolva a sua capacidade de “Camaleão”, pois se isso não ocorrer, o ambiente cuidará da exclusão profissional por falta de capacidade técnica, comportamental e emocional.

Pense nisso! E no mais, uma boa transição de geração para você!

Arnaldo Pereira dos Santos

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