O trabalho tem papel importante na vida do indivíduo. É por meio dele que as pessoas conquistam seu espaço, seu status social.
Trabalhar significa dar utilidade e valor ao subjetivo do indivíduo.
Desde cedo é incutido na educação da criança a necessidade de escolher uma profissão, uma carreira. Era muito comum os pais e pessoas do convívio da família chegar na criança e perguntar: O que você quer ser quando crescer?
Para muitas famílias a necessidade de se obter o sustento faz com que as crianças interrompam o período da infância, deixem de brincar e de estudar para trabalhar e ajudar no orçamento familiar!
Eu mesmo comecei a trabalhar com 14 anos em um emprego que meu pai me arrumou. Aprendi a ter responsabilidade, comecei numa profissão e dividi meu tempo com a escola, o trabalho e o convívio familiar. Sou muito grato a meu pai por ter me ajudado nessa fase tão importante da vida. Conheci outras pessoas que me incentivavam a aprender cada vez mais a profissão.
Porisso, quando vejo a dificuldade atual que o jovem tem em iniciar sua vida profissional, busco maneiras de ajudar e apoiar.
Quando se chega na fase adulta, o trabalho já está incorporado na vida do jovem, seja como estagiário, jovem aprendiz ou empregado registrado.
Toda essa responsabilidade, que começa cedo para muitos jovens, faz com que exista a necessidade da divisão do foco, do tempo entre estudo e trabalho.
Para outros, apesar da necessidade, a rotina escola/trabalho demora a iniciar, principalmente em razão da falta de oportunidades gerada pelas crises econômicas, e, também pela baixa qualificação.
Toda essa necessidade de ser inserido no mercado de trabalho traz no jovem algumas consequências para o seu psicológico.
A pressão por resultados, a necessidade de ajudar financeiramente os pais, a dupla jornada, a pouca experiência. Esses fatores trazem efeitos colaterais como estresse, angústia, transtorno bipolar. Por vezes trazem também o começo do uso de substâncias lícitas e ilícitas para suportar essa carga emocional, utilizado como uma fuga, como um pedido silencioso de ajuda, de socorro não escutado, não atendido!!!
Cabe às partes envolvidas ajudarem esses jovens. O papel da família, escola, empresa precisa ser de apoio e compreensão, de escuta das necessidades e angústias pelas quais está passando!!!
A família precisa dar o apoio emocional e fraterno durante conversas, desabafos e crises! A escola precisa acompanhar por intermédio do professor, do supervisor de estágio e de setores de apoio psicológico, o processo de ensino aprendizagem. A empresa precisa dar suporte por meio do RH, do gestor e de Coach/Mentor no direcionamento da carreira e ajustes comportamentais ou emocionais.
Com essa “rede” o jovem poderá desempenhar melhor suas tarefas, aprender os processos envolvidos em sua profissão e desenvolver relacionamentos saudáveis e duradouros no ambiente de trabalho. Cabe lembrar que essa proteção ou apoio dará a sustentação e confiança necessárias para o crescimento pessoal, profissional e consequente amadurecimento do jovem profissional.
Tenho visto ao longo de minha carreira talentos desperdiçados por não terem esse apoio, tão necessário nesse momento profissional. Percebi que começaram a se desiludir com a profissão, com a falta de reconhecimento e valorização, bem como da orientação para superar dificuldades e obstáculos próprios da carreira que escolheram. Muitos outros começaram a desenvolver estresse, problemas de relacionamento, envolver-se em conflitos, acabaram desistindo da profissão.
Todos sabemos que a empresa, quando avalia um profissional que não entrega resultados, que começa a ter problemas disciplinares, apresentar desmotivação, acaba por rescindir o contrato.
De volta para o mercado de trabalho, o jovem sem trabalho ou estágio, com contas para pagar, pressionado pelos familiares para encontrar um novo emprego, fica perdido, desanimado, desmotivado. Esse ciclo de baixa, acaba o impedindo de bons resultados em processos seletivos, pois seu desempenho fica comprometido pela baixa autoestima e insegurança, entre outros fatores.
Conscientizar a necessidade da sociedade também apoiar nossos jovens! Alertar sobre o estresse, depressão, ansiedade generalizada, Síndrome de Bournout. Essa conscientização ajudará a todos entender sobre a importância da Saúde Mental!
Certamente teremos um ganho! Penso que a juventude é a certeza da renovação nas empresas, da continuidade da sociedade, de uma nova energia e entusiasmo nos ambientes sociais e profissionais. Todos ganham – jovens, família, escolas, empresas.
No mais fico por aqui, convidando vocês a visitar nossas redes sociais, compartilhar nossos conteúdos e informações, acompanhar meus conteúdos sobre temas ligados a psicologia, coach, empreendedorismo.
Professor Arnaldo Pereira dos Santos
Psicólogo